Apresentação

 

AnaVitória (1969) artista, coreógrafa, performer e pesquisadora brasileira/portuguesa, residente em Portugal. Dirigiu no Brasil sua Cia Ana Vitória Dança Contemporânea de 1995 a 2016 criando mais de 31 obras coreográficas.

Doutora em Artes – performances do corpo, desenvolve junto à Instituições Universitárias, grupos de Estudos e Cias de Dança, sua pesquisa artística-pedagogia de investigação criativa a partir da memória autobiográfica e recuperação dos afetos.

Seu trabalho como intérprete-criadora se deu desde cedo apontando já sua inquieta curiosidade pela busca do trabalho autoral, da escrita de si, da autoperformance e do diálogo com a diversidade de potencias expressivas no universo artístico.

Seu exercício cênico foi gradualmente se aprofundando, desde a linguagem gestual à ocupação dos espaços de suas apresentações, ao buscar cada vez mais, tocar e estar mais próxima do seus interlocutores/espectadores, como atestam suas últimas criações que assumem a presença do objeto como parte fundante das suas instalações performáticas.

O compromisso que AnaVitória trava com seu mundo artístico e pedagógico é sobretudo ético quando coloca seu próprio corpo a serviço do discurso da arte como disparador da existência humana. Arte e Vida integradas e implicadas em seus processos criativos aonde cruzamentos disciplinares da dança, artes plásticas e visuais, das práticas somáticas ligadas à terapêutica corporal, dos estudos antropológicos do corpo e do arquivo documental como atestam suas últimas criações desde 2009 – são os territórios explorados pela coreógrafa para constituir sua cartografia afetiva.

 

Mini Bio

 

Pós Doutora em Artes da Performance (Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa – Portugal) e PhD. em Artes – Performances do Corpo pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO/Brasil). Coordenadora Adjunta do Mestrado Profissional em Dança na contemporaneidade – PPGPDAN da Faculdade Angel Vianna e do Curso de Pós-Graduação em Preparação Corporal para as Artes Cênicas – FAV/Brasil e Investigadora colaboradora pelo Inet-MD (FMH-UL-Portugal), Sens-Lab (Canadá) e NEPAA (Núcleo de estudos da Performance Afro-Ameríndia – Brasil).

A partir 2018 passa a residir em Portugal aonde segue desenvolvendo seu trabalho artístico-pedagógico sobre poéticas autoperformativas.

Coreógrafa premiada; Prêmio Melhor Coreógrafa APCA – 1997, Prêmio MAMBEMBE de Melhor Coreógrafa – 1998 e Prêmio RIO DANÇA -1999, entre outros, tem seu trabalho reconhecido no Brasil e no exterior, e conta do seu repertório mais de 30 obras coreográficas e performáticas, entre os seus solos como intérprete-criadora e espetáculos para Cias e Grupos de dança. Suas criações autorais levaram companhias brasileiras e estrangeiras a convidá-la para criar e remontar suas obras coreográficas.

Em 2003 a Cia Ana Vitória Dança Contemporânea, passou a fazer parte do Programa de Subvenção de Cias de Dança da Prefeitura do Estado do Rio de Janeiro. Foi coreógrafa residente da São Paulo Cia de Dança, Ballet Guaíra, Ballet da Cidade de Niterói, Cia Vacilou Dançou e Grupo Tápias, Cia da Cidade, entre outras. Foi Conselheira Artística e Curadora do Festival de Joinville de 2010 a 2012 e membro do Conselho Artístico do Município do Rio de Janeiro e Funarte/RJ.

Suas peças coreográficas; “O Exercício de Dom Quixote” – 2005 e “Manuelagem” – 2006, estrearam com grande sucesso na cidade do Rio de Janeiro, sendo indicadas entre os melhores espetáculos destes anos. Em 2008, Ana Vitória cria “La Mariée” uma peça solo criada para a Primeira Bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro Ana Botafogo e “Cirandas Cirandinha”, obra inaugural no cenário da dança contemporânea para o público infantil, indicados pelos jornais O Globo e Jornal do Brasil/RJ como melhores espetáculos do ano de 2008.

A partir de 2010 Ana Vitória cria sua Trilogia de Instalações Performáticas; “Afinal o que há por trás da coisa corporal?”, “Pulsão do Laço”, e “Ferida Sábia”, a partir da sua pesquisa sobre autobiografia, memória e as singularidades do universo feminino. Em Ferida Sábia a Mestra da dança contemporânea Angel Vianna (1928-) se junta à coreógrafa para performar sobre ritos de passagem, tabus, invisibilidade e silenciamento feminino. Em 2016 estreia DSÍ Instalação Performática a partir da proposição Estruturação do Self da artista Lygia Clark (1920-1988) e o diálogo sobre a memória do corpo performada pela artista Carolyna Aguiar. Estas obras foram apresentadas no Centro Cultural dos Correios/RJ, Cavalariças do Parque Lage/RJ, Museu Rodin – Palacete das Artes/ BA, Centro Cultural Hélio Oiticica/RJ, Art Clark Center/ RJ, Galpão das Artes Tom Jobim/ RJ, Sesc Santo Amaro/SP, Festival Dança em Trânsito – Casa França Brasil/RJ, Festival de Dança do Cariri/CE, Ocupação Angel Vianna – Itaú Cultural/SP, Festidança – Fundação Cassiano Ricardo – São José dos Campo/SP, Festival 70+ – Praça das Artes/SP, Aldeia Vale Dançar- Sesc-Petrolina/PE, etc.

 

AnaVitória Freire

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